Em ciclos, pédia!

Enciclopédia
Estava lendo a postagem de participação da Yolanda Hollaender no BookCrossing Blogueiro em que ela conta o destino dos livros da família com o passar dos anos.

Para mim não foi diferente e o único livro da família que guardo é do catecismo da minha avó. A cada etapa de vida, os meus livros eram doados e assim deve ser na maioria das famílias - Os livros infantis são doados quando se entra na adolescência ou quando não tem mais criança na família. Depois disso, na adolescência, os livros começam a acumular nas estantes e somente os didáticos são doados.

As bibliotecas e escolas da minha cidade não recebem como doação livros didáticos, eles vão para a reciclagem. O mesmo fazem as escolas que são entulhadas de livros didáticos enviados pelo governo federal e na maioria das vezes, intactos? Algumas escolas se desesperam com tanto entulho de livro didático, ateiam fogo ou vendem para ferro-velho. Se você tem algum estudante na família, ainda consegue um destino para esses livros que muitas vezes são recebidos a contragosto.

Não sou contra o uso do livro didático nas escolas, sou contra a má distribuição e envio desnecessário. Para você ter ideia da quantidade de livros didáticos distribuídos no Brasil, somente a China tem um programa de distribuição de livros didáticos maior que o do Brasil. Imagino que se não existisse a China, o Brasil estaria em primeiro lugar. Seria vantagem se tivéssemos em proporção, maior número de escolas públicas com estudantes matriculados.

Eu queria que um educador viesse no blogue explicar como é na prática o uso desse programa de distribuição de livros didáticos pelo governo, pois quem não é educador só enxerga o mal uso do dinheiro público, dinheiro esse que poderia ser usado na construção de escolas e creches.

Fiquem atentos e prestem atenção nas propagandas pagas travestidas de notícia que incutem condutas, levando pessoas a agirem sob manipulação. Me refiro a propaganda veiculada que diz da venda muito bem-sucedida de uma tal enciclopédia no país. Quem quer comprar enciclopédia? Foi o tempo que os pais necessitavam ter em casa uma enciclopédia como fonte de pesquisa.

Só para constar, a tal enciclopédia em sua versão completa, possui 30 mil páginas que ocupam na estante, o espaço de um metro e meio de comprimento. Uma versão inferior a essa com 18 volumes e 10 mil páginas, tem preço mínimo de R$ 3.000,00 variando esse preço conforme o modelo de capa escolhido.

No começo do mês de Abril, a Enciclopédia Britânica, a mais antiga do mundo com 244 anos de publicação, anunciou que não mais fará a edição impressa e que investirá na versão online, concorrendo diretamente com a Wikipédia. Seu conteúdo online, no começo foi disponibilizado somente para assinantes (1993) e depois foi lançada a versão em CD-ROM (1994) ao preço de 1.000 dólares. Fracasso total de vendas (1999), que a fez ser oferecida gratuitamente.

Se fizermos os cálculos, quantos computadores pessoais compraríamos com o mesmo valor pago em uma enciclopédia básica? Calculo que a versão mínima de enciclopédia, multiplicada por três, o que chegaria ao preço da enciclopédia completa com capa básica, alimentaria metade de uma sala de aula e se comprados netbooks, três vezes mais alunos. Informatizar as escolas, sim! Mas antes é preciso treinar os professores.

Vai uma enciclopédia aí?

45 comentários :

  1. Oi Luma, passei para visitar o blog, super interessante como sempre, e te deixar um super beijo.
    Sobre o post, devo dizer que concordo plenamente com você. É hora da enciclopédia online que além de não ocupar espaço na estante, é bem mais fácil de encontrar as respostas para aquilo que precisamos.
    Beijo na alma e fique com Deus.

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    1. Obrigada, Angel!
      Essa facilidade é muitas vezes criticada, pois leva direto ao que procuramos. Mas quem é curioso, aprende em qualquer ambiente!!
      Beijus,

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  2. Adoramos o seu blog,é maravilhoso e sempre estamos por aqui conferindo todas as novidades.
    Desejamos a vc uma ótima quinta feira.
    Estamos com a campanha G+1 e contamos com a sua participação.
    http://sbrincos.blogspot.com
    http://www.airu.com.br/loja/sobrincos

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  3. Lembra do tempo que os vendedores de enciclopédias batiam às nossas portas? Hoje, ninguém mais as quer! beijos,chica

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    1. Hoje ninguém quer as enciclopédias e vendedores de porta em porta :) Nem de graça eu quero!

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  4. Oi, Luma! Você chamou os professores para explicar o que é o Programa Nacional do Livro Didático e eu vim! Eu trabalho em uma instituição federal que oferece educação de Ensino Médio; neste caso, estamos ligados ao PNLEM - Programa Nacional do Livro Didático para o Ensino Médio. O PNLEM foi instituído em 2004 e os os alunos recebem livros de língua portuguesa, matemática, geografia, história, física, química, biologia, sociologia, filosofia e de língua estrangeira. A Tradicionalmente, a instituição onde trabalho não usava livros didáticos até aquele momento, pois o objetivo era educar os alunos para a pesquisa (Eu continuo não usando!). Receber os livros não é uma opção do diretor; ele é obrigado a convocar suas equipes e escolher o que será adotado para as turmas. A escolha é feita da seguinte maneira: as editoras inscrevem-se junto ao governo federal e enviam catálogos às escolas. O governo encaminha uma lista de livros às instituições de ensino. Nós escolhemos o nosso livro a partir dessas listas. As editoras mais sérias enviam representantes às escolas, a fim de que os professores conheçam verdadeiramente aquilo que estão prestes a comprar. Por que ocorre o desperdício de dinheiro público? Porque os livros adotados são válidos por apenas 3 anos! Após esse tempo, a direção da escola tem uma quantidade absurda de livros que não podem ser vendidos, nem sempre podem ser cedidos à outra instituição e não podem ser entregues ao último aluno que usou. Não é a primeira vez que programas como esse são lançados. Quando eu era criança, aluna de escola municipal, eu estudei com esses livros; a diferença é que o último aluno a usar o material podia ficar com ele no final do ano. A legislação que orienta o PNLD pode ser encontrada neste link http://www.fnde.gov.br/index.php/pnld-legislacao.

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    1. Sim, Andréa. Os diretores de escola se sentem obrigados a receber os livros com prazo de validade de 3 anos e depois desse prazo, representantes da pasta de educação não retornam a instituição para levantamento do que foi realmente utilizado? Está faltando comunicação na pasta de educação. Irônico!!
      Obrigada pelos esclarecimentos!
      Beijus,

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  5. Oi, Luma.
    Me lembre que quando estudava os livros didáticos eram sempre reaproveitados, e raramente chegavam livros novos. Também lembro que no Ensino Médio não tínhamos direito ao livro, e hoje isso mudou. Como você disse, o problema é o desperdício de dinheiro, e não a distribuição dos livros em si.
    Quanto as enciclopédias físicas, totalmente ultrapassadas. Nem o dicionário físico, do qual sempre fui fã e usuária, uso mais.

    =)

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    1. No passado, um mesmo livro passava das mãos de um irmão para o outro. As escolas lutavam para manter o mesmo livro didático por mais tempo para não onerar o orçamento. Tempo que o professor tinha maior poder de decisão e as salas de aulas eram lugares respeitados. Depois que inverteram as diretrizes, o lucro é de gente que não é ligado a educação.

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  6. Oi Luma!
    É um absurdo ver esta desorganização. Alguém deve estar ganhando com isso. Quanto as enciclopédias, não conseguem acompanhar a dinâmica da informação. Lembro que era motivo de orgulho ter estas enciclopédias, larousse, britãnica, havia disputa da melhor.rss
    Beijinhos!

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    1. Lógico que tem gente lucrando com isso... por isso a indignação!
      hehehehe fazia o melhor trabalho de pesquisa escolar, quem tivesse a melhor enciclopédia. Pais suavam para compra a dita cuja. Deus é mesmo virtual!! (sacrilégio)
      Beijus,

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  7. Eu faço doação dos meus livros a uma biblioteca que tenho
    na localidade onde resido.
    Também tenho enciclopédias que hoje estão ultrapassadas
    com a Net, mas que eu gosto delas.Quando morrer não sei
    que lhes farão.Bj.Irene Alves

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    1. Irene, a minha mãe deixou para que os filhos dessem fim em seus pertences. Eu não acho isso justo! É demasiado sofrível! Aprendi a ser mais comedida no meu consumo por essa causa também e por não querer que as pessoas que amo passem por situação parecida com a que passei. Beijus,

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  8. Oi, Luma!Adorei seu texto, sempre dinâmico!Não tardará o dia que não existirão mais livros didáticos em papel, você não acha? As enciclopédias estão ultrapassadas, mas as suas palavras fizeram-me recordar a infância, quando aprendi a pesquisar na BARSA que tínhamos em casa foi um prazer para mim, senti-me muito importante! Velhos tempos!Agora vejo a minha filhota de 8 anos fazer o mesmo na Internet! A forma mudou, mas o sentimento de descoberta é sempre o mesmo!
    Beijinhos

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    1. E os fascículos comprados em banca de revista para formar um volume? Adorava que a minha mãe fizesse isso, pois era uma boa oportunidade para acompanhá-la e comprar revistinhas em quadrinhos.
      Os livros didáticos estão com os dias contados... antes aprendiam pela repetição, hoje aprendem pela prática. Alguns mais preguiçosos nada aprendem na escola e praticam o que apenas necessitam a partir do primeiro emprego.
      Beijus,

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  9. Luma,sempre inteligentes e interessantes seus textos, especialmente a parte do livro didatico.Estive numa escola agora em abril pra fazer meu teatrinho e vi na sala de leitura milhares de livros encostados, no plastico ainda,novinhos!....quanto dinheiro gasto á toa!Deveriam consultar os professores antes de mandar qualquer livro!bjs e meu carinho!

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    1. Foi depois que soube dos livros queimados no pátio de uma escola que fiquei sabendo deste programa do governo. Parece que ele vem desde a época do Collor e a cada três anos a produção aumenta e mais livros são encostados. Isso quer dizer que mais dinheiro foi jogado no lixo. Beijus,

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  10. Vim prestigiar sua ótima postagem, Luma, e fico feliz que minha publicação tenha inspirado você.

    Minha filha mais velha fez um trabalho voluntário num orfanato da Tanzânia e ela contou que lá as crianças reutilizam os cadernos usados nos anos anteriores por outros alunos, tanto como os livros, todos doados. Mesmo numa situação de pobreza extrema, uma das principais atividades dessas crianças é frequentar a escola, onde todas têm um bom rendimento.

    Este é um exemplo de que livros usados tem a sua serventia, pois a história, geografia, ciência, cálculos e escrita são registros que sofrem pouquíssimas mudanças. Por que tantos livros didáticos sendo lançados, então?

    Infelizmente fala mais alto o interesse de poucos, ao invés de se investir no que é elementar: oportunidade de trabalho, moradia, saúde e educação.

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    1. hehehehe podemos reescrever o meu lema "Uma escolha certa sempre leva à outra", para "uma boa ideia sempre leva à outra" ;)
      Não faz muito tempo que as crianças só podiam escrever no livro didático com lápis e entregá-lo de volta à escola todo apagado! Eram tempos difíceis e tudo era aproveitado.
      Porque o Brasil não se solidariza já que o português está unificado e doa esse excesso para os países de língua portuguesa que precisam? Ah, mas aí é que está a cerne da questão. Esses livros não podem ser computados como excedentes, pois a produção teria que ser diminuída e isso não é viável $$$$$$
      Obrigada pela inspiração!!
      Beijus,

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  11. Luma, os diretores não se sentem obrigados a receber os livros; eles o são. Como eu disse no outro comentário, receber o livro do PNL não é uma opção. Você tem razão: ninguém vai à escola verificar o que foi usado, provavelmente porque o Ministério da Educação não tem servidor em número suficiente pra fazer isso. Quanto à utilização dos livros, não existe obrigatoriedade de que sejam usados em sala de aula. Na escola onde trabalho, essa decisão fica a cargo de cada equipe; a de língua portuguesa continua preparando seu próprio material, mesmo porque as opções oferecidas nos últimos anos eram livros de péssima qualidade. Além disso,há um outro agravante: o MEC não envia livros em quantidade suficiente para atender a todos os alunos. Na primeira vez que participamos do programa, recebemos 320 livros (lembro do número, pois eu era vice-coordenadora do Ensino do Médio). Esse número correspondia a 1/3 do necessário.

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    1. Andréa, dizem que o grande problema do Brasil são os fiscais, pois quando eles chegam e notificam $$$$$ você reza para que ele não volte nunca mais. Isso porque quando eles trabalham procuram erros não para construir, mas para praticar a corrupção. Esses servidores existem e eles preenchem relatórios. Eles copiam relatórios e enviam para a pasta e a pasta aceita, porque o trabalho em si, seria oneroso. A máquina governamental continua a funcionar e dane-se o resto. Essa é a mentalidade do brasileiro. Que chato é segunda-feira. Que delícia é sexta-feira. E o resto da vida se resume a preencher relatórios mecanicamente. Não existe ideal. A corrupção é confirmada pela não obrigatoriedade do uso do livro. Se não é obrigado o uso, porque enviam livros de péssima qualidade?

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    2. Tem uma outra coisa ainda, Andréa, às vezes os professores até tem a possibilidade de escolher os livros que virão para a escola, mas a alta rotatividade desses profissionais faz com que, no ano seguinte, nem sempre sejam eles quem usarão os livros em suas aulas... :-(

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    3. Luma, no caso da escola onde trabalho, minha resposta está prontinha: a escola é federal. As federais são as primeiras a receber os programas do governo, não interessa se eles são úteis pedagogicamente ou não. No nosso caso, santo de casa tem de fazer milagre para dar exemplo aos demais.

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  12. Nossa! Dá até calafrio em saber que livros são incinerados. Ainda mais numa atualidade onde Reciclar se faz necessário. Por outro lado, Livros Didáticos oficiais costumam ser emburrecentes. Mas mesmo assim poderiam serem repassados para Cursos de Alfabetização, por exemplo. Deve ter Ongs que levariam esses livros até para o Norte e Nordeste. Regiões onde a Internet é quase uma utopia.

    Eu fiz muita pesquisa em Enciclopédia de papel. Mas agora sou a favor das Onlines. O meu pc anterior veio de brinde um Aurélio. Eu amei ter um Dicionário desse, à mão.

    Parabéns pelo artigo!

    P.s: Luma, procure por Gravatar. Faz um login. Deixando uma foto/avatar sua. Assim, ao comentar em alguns sites, incluindo o Wordpress, ela irá aparecer. Só não é compatível com o Blogger.

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    1. Lella, nós vimos pelo noticiário livros do programa "Escola Ativa" com erros de gramática e conteúdo racista, o que foi denunciado e o senado apresentou requerimento para que Haddad desse explicações na Comissão de Educação da Casa.
      Se os professores se sentem ameaçados e com medo de perder o emprego, os pais deveriam se manifestar publicamente através de passeatas, o que dá respaldo a nossa constituição, pois manifesta a vontade do povo.
      Mas o governo não quer isso. O que ele tem feito? Tem colocado a família contra as instituções de ensino. Para não assumir a culpa, ele diz que a culpa é da escola e os pais acreditam.
      Qual é a célula mater da sociedade? A família pode tudo! Mas não sabe agir e age manipulada e burramente contra as escolas.
      A briga por um Brasil conectado é outra fachada. O que depende para ser institucionalizada? Temos energia elétrica e TV em quase todo o Brasil. Satélites mapeiam todo o continente! Técnicos brasileiros foram os responsáveis por passar os cabos de fibra óptica por todo o continente africano até chegar à indonésia e porque a costa brasileira não entraria nesse processo?
      O Brasil é um país cheio de interesses...
      ...
      Não sei o que acontece com o gravatar. Todos os meus emails estão cadastrados para mostrar o meu perfil. Acho que no seu blogue isso não acontece porque a única forma que foi aceite, foi através do login pelo twitter.
      Ah, sobrando um tempinho eu vejo isso!

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  13. Verdadeiros disperdícios os livros didáticos atuais.
    Alguém lucra muito com isso. bjs

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    1. O governo sempre procura culpados, mas encarar a própria culpa não fazem!

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  14. os avanços tecnológicos são obviamente ganhos, mas.. tenho uma lembrança saudosa de consultar enciclopédias no chão da minha casa... o cheiro, o brilho das páginas... rs estou velha... beijossssssssss

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    1. Na minha casa tinha uma enciclopédia antiga, chamada "Tesouro da Juventude" que a minha mãe trouxe da casa dos meus avós. Até Beto Guedes cantava uma música em homenagem à ela que muitos consideram a "internet" da época. Lembro da minha mãe lendo as fábulas que lá também publicaram. Beijus,

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  15. nossa mas é um absurdo enquanto uns quase ñ tem, outros tem ate d mais né! pq essa desorganização??? eu sempre fui apaixonada pelos livros didaticos des q entrei na escola, insentivavam muito o aluguel d livros na biblioteca! eu sempre amei ler e axo q a cocientização começa dessa idade! Uma pena muitos ñ terem acesso, e nem gosto d imaginar livros sendo descartados! ñ mesmo!! bjss

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    1. Carol, não dá para acreditar, não é mesmo?
      Mas é bom saber para onde o nosso dinheiro vai...
      Beijus,

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  16. Luma, eu também sou do tempo onde apenas o ensino fundamental tinha direito ao livro didático, mas pouquíssimos professores faziam uso deles em sala, então ficavam empilhados na biblioteca, sem serventia alguma. Tem-se que pensar todo o sistema. Aqui, no estado de São Paulo, é distribuído na rede estadual um caderno de atividades que levanta discussões, tipo fascículos, rs - meu irmão, que é professor, não gosta muito do sistema, o considerando bastante superficial, mas tem de usá-lo em sala. Grande parte dos professores aceitaram numa boa a "imposição" do sistema, por acharem que facilita preparação de aulas, etc. É triste.

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    1. Eu sei... eles preferem aceitar a imposição do que perder o emprego. Onde estarão os idealistas para fazerem frente e afrontar esse (des)governo?
      Esse blogue é bastante frequentado por professores e nessa postagem sumiram! Somente a Andréa Motta se manifestou. Não acha estranho?
      Beijus,

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  17. Luma, minha amiga, as questões levantadas por você sempre são pertinentes. Às vezes considero que minha opinião aqui nem vai acrescentar nada à discussão. Normalmente uso o que você diz para minhas reflexões, para os ajustes no caminho. Mas ao falar de livro didático, acabou entrando numa seara da qual faço parte diariamente.
    A Andréa já falou da parte "legal" da história toda.
    Quero apenas ressaltar que o destino dos livros não precisa ser o lixo não. Na escola em que leciono recebemos pilhas e mais pilhas de livros e isso não ocorre a cada três anos. TODO ano chegam caixas e mais caixas de livros. Mas minha escola tem um diferencial. Temos salas de EJA no período noturno e, incrivelmente, embora esses alunos sejam matriculados, frequentem as aulas e tudo mais como um aluno "normal", os livros que o Governo manda não são direcionados para eles. É aí que usamos a máquina para prover conhecimento a esses alunos. Os livros de Língua Portuguesa que "sobram" do ensino regular, eu [não sou professor do ensino regular] pego, faço um apanhado e damos a esses alunos. O que faço, visto que eles geralmente prestam concursos públicos na rede municipal, é apontar os conteúdos para que possam estudar. Mais que isso, eles levam os livros que seriam descartados para que fiquem como fonte de consulta para seus filhos. Engraçado que os livros que os alunos mais novos recebem não podem ser levados para casa. Eles normalmente estragam, perdem ou simplesmente não trazem.
    Luma, o que vejo ao longo desses anos é um desperdício muito grande e tem sido bastante difícil incutir a ideia de que os livros precisam ser cuidados mesmo quando recebemos de graça, mas ainda é uma luta inglória.

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    1. Profe, às vezes não vejo saída para a educação se continuarmos no mesmo caminho. Os investimentos que precisamos em educação precisam ser melhor distribuídos. Quanto aos livros didáticos, recebi um email e acho bom expor aqui para que os educadores possam cobrar dos dirigentes de escolas:

      "Em primeiro lugar gostaríamos de parabenizar todas as escolas pelo compromisso com os livros didáticos do Programa Nacional de Livros Didáticos do Ensino Fundamental e Ensino Médio, o sucesso da escolha, da conservação, devolução ao final de cada ano letivo e o remanejamento é diretamente conferido a cada gestor.

      O apoio ao Programa é de suma importância e neste ano de 2012 contaremos mais uma vez com a cooperação, compromisso e pontualidade na entrega dos documentos referentes ao PNLD E PNLEM.

      Conforme Resolução nº 60 de 20/11/2009, a escola obriga-se a informar para outras escolas, ou para as Secretarias Municipais e Estaduais de Educação, a existência de livros sobrando, ou que não estão sendo utilizados, deste modo entendemos que o sucesso e rapidez no remanejamento depende da pontualidade e a informação correta dos livros que estão sobrando em cada unidade escolar.

      Solicitamos que preencham planilha em anexo e envie pelo e-mail institucional da escola para o seguinte endereço: pcopport@gmail.com; sob o título – REMANEJAMENTO PNLD 2012.

      A planilha deverá ser enviada, impreterivelmente, até 10 de fevereiro de 2012.

      PLANILHA ANEXA – NÃO ALTERAR

      Núcleo Pedagógico
      PCOP Ademilde Ferreira de Souza"

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    2. No caso da minha escola o que ocorre não é a sobra. São livros que foram usados, mas por ter chegado uma nova leva de livros, os anteriores ficam sem uso. Mas a informação é bem importante. Obrigado :-)

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    3. Professor, acho que sentiram que as escolas não estavam sabendo como agir. Mandaram a circular acima, mas não sei se é isenção de informação ou paliativo para a falta de ação. Vamos acompanhar as cenas dos próximos capítulos!!

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    4. Luma da resolução todo mudo já sabia, mas não existe pessoal nem para trabalhar na biblioteca e muito menos para contar livro. Nos últimos anos ( e aqui onde moro e falo em escola estadual pois na municipal funciona um pouco diferente) tiraram todo o pessoal que trabalhava na biblioteca e mandaram para a sala de aula, deixando a biblioteca "a deus dará".
      É preciso pessoal para trabalhar nas bibliotecas. Como eu estive afastada do trabalho não sei a quantas anda o funcionamento das bibliotecas estaduais, mas antes eram jogadas as traças e junto com os livros, pois nenhum gestor conseguia dar uma de "onipotente" e resolver todos os problemas ao mesmo tempo.

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    5. Iza, fiquei sabendo desse abandono das bibliotecas através da bibliotecária que trabalha aqui no município. Ela disse que não estavam aceitando doações, porque não tinha gente para catalogar os livros e sozinha, ela não estava dando conta de todo o trabalho. Como o Prof. Bauru comentou, quando falta na biblioteca, colocam professores para trabalhar e ele não é apto para isso. Além de tudo, o trabalho especializado rende muito mais. Lugar de professor é dentro da sala de aula. Beijus,

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  18. Luma quanto aos livros didáticos os comentários dos professores acima também reflete a realidade aqui no Sul.

    Acrescento também e partindo do que vejo acontecer nas séries iniciais.
    O professor não está preparado para trabalhar com a metodologia proposta nos livros que as editoras oferecem para escolha.
    Muitos até dizem. Já que temos que escolher vamos escolher o que tiver mais em conta. Não há preparo.... Mudaram a metodologia de ensino nos livros mas esqueceram de oportunizar o aperfeiçoamento do professor, principalmente o de série inicial que precisa ficar o tempo inteiro em sala de aula e preparar conteúdo ou corrigir provas fora do período.
    Um grande número de livros não é utilizado e por aqui deixamos que os alunos os levem para casa como fonte de pesquisa.

    Esse problema com o livro didático já é antigo, mas agora já não estou mais em sala de aula.

    E quanto as enciclopédias os vendedores agora batem de porta em porta na sala de aula para vender. Acho que descobriram na criança um bom consumidor.

    Beijos!

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    1. Iza, estava esperando o seu comentário nessa postagem. Um problema antigo que não resolvem porque o compromisso não é com a educação, mas com os gastos que necessitam fazer. Assim, quanto mais gastam, mais roubam! Estou cansada de ler matéria reclamando dos erros que não são de impressão, mas de informação. Se os professores não observam, pais semi-analfabetos não o farão e para variar, o educando acaba sendo o espectador da sua má sorte!

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    2. Luma eu tinha lido seu chamado e já estava me aprontando para vir dar pitaco. Não ia perder a oportunidade de desabafar sobre isso...rsrs

      Luma isso do livro didático é um problema muito grande e muito grave. Não acredito que seja solucionado devido ao grande lucro das editoras com o processo.

      Nos últimos anos formou-se a indústria do livro didático onde editoras correm para ter seus livros aprovados pelo governo e professores. Muitas vezes sentimos falta de velhos escritores de livro didático e nos perguntamos o porque não oferecem também os livros deles.

      O governo pede que seja feito o rodízio entre as escolas tipo "se sobra livro em uma que se procure outra que queira" e além de ser uma confusão pois não há verba para contratar transporte para os livros ( o governo só manda entregar a primeira remessa e se tiver que movimentar livro tem que sair do bolso da direção ou professores que arcam com transporte ) excedentes ainda tem o fato de que geralmente as escolas não escolhem o mesmo livro e não tem como trocar.

      Quando da escolha os profs ( principalmente os das séries inciais ) já vão olhar o livro de cara feia e muitas vezes pois tem de colocar 1a 2a e 3a opção chega a terceira opção que fica totalmente sem uso.

      Quanto aos erros nos livros, vários colegas já constataram livros com erros. Então me pergunto de que forma é feita a análise de cada livro? Por isso os professores preferem nem trabalhar com livro didático.

      Pelo menos nos locais onde trabalho ninguém faz festa quando chega livro. Já não interessa mais... E mesmo assim o governo fica mandando toneladas de livros.

      Uma coisa muito boa para não dizer que tudo é ruim são os livros de literatura infantil e infanto juvenil. Esses são muito aproveitados na Escola. Mas eu noto que diferente da minha época os alunos poucos lêem a coleção Monteiro Lobato pois tem muita leitura e pouca imagem...

      Temos muitos livros de Literatura tanto nacional quanto estrangeira e nesse sentido há muito aproveitamento... e essa é a parte boa.

      Ah, Luma!

      Se a gente sentasse para conversar íamos trocar muita figurinha, pois como eu acho que você não é da área da educação não sabe "da missa a metade"

      Beijos e um bom fim de semana!

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    3. Meu Deux, se não sei a metade da missa e estou indignada, não sei porque educadores não se juntam para panfletar, ir às praças contra isso. Beijus,

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